O Acidente
“Pensar,
refletir, meditar,...” Essa foi a única coisa que eu fiz durante o dia
todo. Sim, eu estava levando ao pé da letra tudo o que a Auria disse, mas eu já
sabia tudo isso o que ela me disse, eu sei o que eu quero fazer, e o que eu
devo fazer, eu sei o que eu sinto, eu sempre soube, mas me faltava algo, não só
o empurrão da Auria, mas também me faltava a coragem, a coragem para admitir
meus erros, superar meus medos,... Está decidido! É agora ou nunca!
#Primeiro: falar com a Auria.
Peguei meu celular e disquei o número dela,
ela atendeu no segundo toque.
–
Oi Mily.
–
Auria, me desculpe por antes, você estava certa e eu errada, aliás, você sempre
esteve, eu é que nunca soube admitir. Obrigada por esse empurrãozinho, eu
prometo que vou aproveitá-lo ao máximo. Depois a gente se fala, agora tem um
lugar que eu preciso ir.
Eu
desliguei e saí correndo, eu precisava falar com ele, eu precisava me
desculpar. Eu precisava dizer toda a verdade a ele.
– Boa tarde Dona Carla, o Felipe está?
–
Ora, ela não estava com você?
–
Não.
–
Então onde será que aquele garoto se meteu agora?
–
Porque a senhora diz isso?
–
Depois que ele foi com vocês para a festa da escola ontem ele não voltou, eu
não me preocupei muito porque achei que ele esta com você, mas se ele não está
com você o que será que aconteceu com aquele garoto? – ela já estava ficando
nervosa.
–
Calma Dona Carla, você conhece o seu filho, ele deve estar por ai com os
amigos. Vamos tentar ligar para os amigos dele.
Nós
ligamos para todos os amigos de Felipe e nada, ninguém sabia onde ele estava.
Dona Carla ligou para a polícia e mesmo assim não conseguiram encontrá-lo.
Auria e Alejandro disseram que ele desapareceu depois do baile.
Quando era umas 21h a mãe de Felipe pediu para que eu fosse para casa
descansar e me prometeu que me avisaria caso ele aparecesse. Eu fui para casa,
mas eu não conseguiria descansar nada. Depois de uns 30 minutos eu recebi uma
ligação do celular do Felipe, mas infelizmente não era ele.
“Se você quiser ver seu querido
amiguinho de novo, venha SOZINHA até
o galpão abandonado na saída da cidade. Não tente nenhuma gracinha ou ele irá
sofrer as conseqüências.”
Eu
sabia muito bem de quem era essa voz: Eduardo. Mesmo sabendo dos riscos eu não
pensei duas vezes antes de sair correndo para o local combinado, eu precisava
salvá-lo.
*Enquanto corria*
“Felipe, me desculpe por tudo, como
você disse, a minha alma gêmea sempre esteve ao meu lado, eu é que não podia
enxergá-la, ou melhor, eu não conseguia te enxergar, eu estava tão cega pelos
meus medos e insegurança que eu não conseguia enxergar o amor que estava nascendo
dentro de mim. Se eu não tivesse fugido de você no baile a essa hora nós
estaríamos juntos. Eu só espero que agora não seja tarde demais para abrir os
olhos.”
Já
eram 22h quando eu cheguei ao galpão, estava tudo tão escuro que estava
começado a me dar medo, eu sabia da armadilha que me esperava, mas eu não podia
deixar o Felipe sozinho naquele lugar.
Eu
entrei de fininho, mas não havia nada lá dentro, apenas uma fraca luz no
centro.
–
Então a minha querida Mily resolveu aparecer para a festa?
Eu
me virei rapidamente e pude ver o rosto daquele canalha. – Eduardo.
–
Que falta de educação, é assim que você cumprimenta o seu grande amor?
–
Não. É que eu falo com idiotas feito você. – ele vinha andando em minha direção
e eu, para me afastar dele, já estava no centro do galpão.
–
Eduardo! Deixe-a em paz. Se quiser se vingar, se vingue de mim, fui eu que
estraguei seus planos. – o Felipe estava falando em algum lugar atrás de mim,
provavelmente preso de algum jeito, eu não conseguia vê-lo por causa da
escuridão, mas só de ouvir a voz dele já me deu um alívio por saber que ele
estava bem.
–
Cale a boca antes que eu me irrite! E garotos, prendam-na junto com o traidor.
Nesse momento oito ou dez dos “amigos”
do Eduardo saíram das sombras e me agarraram (eu até tentei fugir, mas eles
eram muitos e mais fortes do que eu), eles me levaram para um dos cantos
escuros e acenderam outra luz, o que fez com que eu pudesse ver o Felipe, ele
estava preso com cordas a uma grande coluna de ferro. Quanto mais eu chegava
perto eu podia ver alguns arranhões e marcas roxas pelo corpo e rosto de
Felipe, ele ainda estava com a roupa do baile, mas ela estava toda suja e
rasgada, com certeza houve uma briga feia. Os garotos me amarraram na mesma
coluna de ferro em que o Felipe estava, de costas para ele.
–
Como você está? – eu perguntei a ele.
–
Eu estou bem. Idiota, porque você veio? Eu podia me virar sozinho aqui.
– Me
desculpe, mas foi a única coisa que eu pensei quando eu soube onde você estava.
–
Ha, ha, ha! Não me digam que vocês dois vão brigar por minha causa? Eu me sito
lisonjeado assim. Mas ele está certo Mily, você não deveria ter vindo.
–
Eu já te disse Eduardo. Você pode fazer o que quiser comigo, mas deixe a Mily
ir embora. – a voz de Felipe estava ficando cada vez mais fraca, ele devia
estar cansado de ficar tanto tempo preso em um lugar como esse.
–
Mas que graça teria isso? Como é que dizem mesmo? Ah é: “Dois coelhos pelo
preço de um.”
– O
que você pretende fazer com a gente? – perguntei ainda mais nervosa.
–
Ora Mily, você não sabe? Eu pensei que você me conhecesse, pensei que você se
lembrava do que aconteceu com todos os que já cruzaram o meu caminho...
“Sim, eu me lembrava, eu sabia o que
ele pretendia e também sabia que ele não estava brincando, mas aquele não podia
ser o meu fim, não podia ser o nosso fim.”
–
Mily, quando eu disser “já”, você
corre pra fora daqui.
–
O quê? – foi quando eu percebi que o Felipe estava desamarrando as minhas
cordas, assim que ele terminou eu comecei a desamarrar as cordas dele também.
–
Parem de cochicho vocês dois, se tiverem algo a dizer falem alto e claro, “Falem agora ou calem-se para sempre.”
Aproveitem que essa será a ultima chance de vocês. – os amigos de Eduardo não
estavam mais no galpão e todo o lugar estava fazendo um rangido estranho.
–
Já! – Felipe gritou e nós dois corremos em direção a saída.
Quando eu estava quase na porta Eduardo agarrou meu braço, mas Felipe
deu um soco no rosto dele o que me permitiu escapar, mas Eduardo ainda
conseguiu se levantar e agarrar Felipe.
–
Não tão devagar. – Eduardo disse.
–
Felipe!!!
–
Mily, saia daqui agora! Eu ficarei bem.
Eu
saí, mas enquanto estava correndo o galpão todo se desfez atrás de mim e quando
eu me virei só havia uma grande pilha de entulhos na minha frente.
–
FELIPE!!!
Eu
estava desesperada, mas precisava fazer alguma coisa, então peguei o meu
celular e liguei pra todos os lugares possíveis: bombeiros, polícia,
ambulância, Dona Carla, meu pai e até para a família da Auria e do Alejandro.
Dentro de dez minutos, todos já estavam lá, os bombeiros estavam tirando
os destroços do galpão tentado encontrar os garotos, a polícia me fazia
milhares de perguntas do que e como tinha acontecido, eu respondia tudo e minha
família e amigos estavam me dando o maior apoio.
Já
passava da meia-noite quando encontraram os garotos, por sorte eles estavam
vivos, mas estavam inconscientes, eles foram levados direto para a UTI porque
estavam com grandes riscos de vida.
Se
passaram quatro dias e os dois garotos ainda estavam no hospital, os dois
estavam em coma e os riscos ainda eram grandes. Eu não saí do hospital desde o
dia do acidente, mesmo não podendo ver o Felipe, eu queria estar por perto
quando ele acordasse.
De
repente, apareceu o médico que estava cuidando dos garotos e pediu para falar
com os pais de Felipe e de Eduardo, eu não sabia o que era, mas com certeza era
grave. Eu tentava ouvir a conversa, mas eles estavam muito longe e estavam
falando baixo, mas eu ouvi uma parte claramente: “Sinto muito ter de lhes
informar isso, mas o garoto acabou de falecer.”
Com
essas palavras o meu coração parou, isso não podia estar acontecendo, sem
pensar eu saí correndo em direção ao quarto em que Felipe estava e o abracei,
talvez pela última vez, e comecei a gritar tudo o que estava preso no meu
coração.
"Prontos para o último capítulo?"
Continua logo T-T
ResponderExcluirQue emocionante T-T
Continuo U.U
ExcluirEduardo morreu u.u
ResponderExcluirBem feito, eu te disse para não se envolver com ele u.u
Rhum. A Auria sempre tem razão u.u
XD
Ain, tá muito emocionante *O*
Essa coisas de ser ou não ser, és a questão Ò.Ó
XD
Adorei, onee *O*
Pare de se adiantar nos capítulos onee ¬.¬
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