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domingo, 14 de outubro de 2012

Capítulo 7-



A janela estava aberta com uma brisa leve que de lá, balançava meus cabelos, tal quais estavam sendo penteados por Helena. Minha mente estava um tanto confusa quanto a quem viria me visitar? E logo depois de tão pouco tempo. Aliás, foi ontem mesmo que cheguei... Nossa... Passou tão devagar essa minha estadia de um dia... Pareceu uma eternidade...
Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho estranho vindo do lado de fora, do qual veio da janela. Fico espantada, saio correndo para a janela, Helena se assusta com minha reação, consequentemente parou de pentear meus cabelos. Paro minhas mãos na janela, impulsiono para levantar-me e ver o que era, não deu muito certo... Pois era muito pequena, apenas vi as árvores que se avistavam até mesmo de longe da janela.
Fico ainda mais curiosa, pois não consegui ver o que era... Esse barulho me era familiar.
-Helena! Quem é?! –digo sorrindo e indo até ela, a qual estava pegando minha tiara, dada por meu avô.
-Essa tiara é mesmo muito linda, Auria! –diz ela sorrindo e colocando-a em meus cabelos, afagou-os.
-Não mude de assunto... –digo ficando emburrada, de braços cruzados.
Sorrira.
-Venha, Auria! –leva-me para a porta e abre-a.
-Heleeena! –digo tentando conquista-la.
Rira e fomos até a recepção do internato, os corredores estavam tão vazios, mais que o normal.
Começo a ouvir, novamente os barulhos, que agora estavam mais nítidos. Pareciam com relinches. Só pode ser!!
Olho mais a frente, Senhor Saval estava sorrindo conversando com um senhor, que o reflexo não me deixava ver a face.
-Não me diga, Luís! Não me diga! –sorria, o Senhor Saval.
-Sim, sim! Ele conseguiu muito méritos depois de ter pego o javali sozinho! E só com uma lança! Uma lança, hein Saval! –brincava o homem, que fez um cutuque no braço de Saval, consequentemente deixando seu rosto fora do reflexo. Daí com certeza era ele!
-Vovô!? –digo surpresa.
-Auria! –diz ele sorridente, mas quieto.
Corro até em sua direção, sem olhar para os lados, dou-lhe um abraço. Para a surpresa de Luís.
-Ora, ora! –diz ele com um baque, indo um pouco para trás e deixando seus braços entrelaçarem, finalmente em sua neta, a qual nunca abraçava ninguém.
O abraço, ele se abaixa um pouco para poder ter um encaixe perfeito do abraço, ele ficou surpreso, eu também fiquei. Foi por completo, impulso meu ter ido o abraçar. Mas por algum modo eu precisava daquilo. Afagou meus cabelos.
-A senhorita está com a tiara que lhe dei! –sorrio, Luís, levantando-se e afagando minha cabeça.
-Sim... Desculpe pelo impulso, vovô! –digo cabisbaixa e de mãos juntas ao vestido.
-Não... Eu gostei! –se abaixa, deixa a perna posta e bate a mão nesta para eu poder sentar-me.
-Eu... Estava com saudades de suas visitas em casa... –digo sentando, e passando meus cabelos para detrás da orelha direita.
-Eu sei, querida Auria! –ele afaga meus cabelos. –Mas! Não vamos falar de coisas ruins, vamos! Fique feliz, ora! –sorri e pega no biquinho de Auria e a levanta.
-Sim! –tento me animar.
-Ah! Já ia me esquecendo de lhe apresentar, Auria! –dizia ele levantando e ali no fundo, havia uma criança, que antes não tinha visto, pois a luz da manhã não me deixou.
-Quem é? –pergunto confusa.
-Albert Lancaster. –disse apresentando um garoto loiro, de olhos azuis, um tanto tímido. –Ele é filho do imperador de um reino próximo daqui. Fica ao Norte. –sorri.
-Hum... –ainda estava confusa.
-Bom, para a idade de vocês... Vocês não iriam entender o por quê disso. –sorrio para Saval, fazendo caretas.
O garoto curvou-se diante mim, pegou minha mão e beijou-a. Puxo-a depressa e fico um pouco envergonhada.
-Prazer, princesa! –disse ainda curvo.
-Prazer! –digo em um tom constrangido.
Não tivera nem percebido, mas muitas pessoas estavam ali, como se tivesse um circo no Castelo. A atração era meu avô...
Luís Bientomz IV, meu avô é o Rei de Alavarthe. Nosso reino fica no centro dos cinco Reinos de nossa região. Tanto que o nosso, é o maior e mais organizado reino, de todos os outros. Os outros pregam um regime muito rígido, tal qual ainda há muitas coisas que foram herdadas de Hitler. Mas nós de Alavarthe, somos diferentes de outros reinos, nós temos a organização mais invejada, pois todos adoram e idolatram o Rei Luís, ele respeita à todos em sua volta, trata como um só. Não por um posto, mas sim pelo caráter. Ele tem um de seus guardas pessoais que tirou das ruas, e o trouxe para o castelo Real, hoje é seu braço direito. Um homem nobre, Luís B. IV, de coração com fibra de um adolescente, não para um segundo. Então quando se fala em cavalgar? A família Bientomz reina Alavarthe, desde sempre. São séculos e séculos de reinado, todos os homens da família adoram e idolatram cavalos, menos meu pai. Mas eu, como uma garota não devia gostar de cavalos, então nunca tive um. Mas por que tivera que parar o gosto dos Bientomz, por causa de um gosto feminino. Nascera uma garota e ela não pudera ter um gosto que de séculos em séculos era nomeada à filhos, homens!
-Minha princesa! –disse Luís sorridente, tirando Albert diante de mim.
-Diga vovô! –sorrio.
-Tenho um presente para ti! –sorri, como se nada estivesse acontecendo.
-O que é? –sorrio e vou para mais perto dele, ergo a cabeça, fazendo minha tiara cair no chão.
Helena corre para poder pegar a tiara que estava no chão, Albert também foi.
-Aqui está, Auria! –disse Albert, estendendo-a para mim.
-Oh! –diz Helena, em tom de desculpas.
-Tudo bem, Helena, obrigada pela tentativa. –digo enquanto sorrio para ela, viro minha face para o garoto. –O senhor, me chame de Senhorita! Não lhe dei intimidade para me chamar de Auria, propriamente dita. –pego a tiara de sua mão, bruscamente.
-Ora... Desculpe, Senhorita Auria! –diz com um tom meio sarcástico ao dizer meu nome.
-Tchi! –coloco minha tiara na cabeça rapidamente e dou as costas para o garoto. –Onde está, vovô? E o que é? –sorrio e seguro sua mão, olho para trás, lá estava o garoto com um sorriso de canto.