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terça-feira, 24 de julho de 2012

Shinigami School - Capitulo 6



          Estava sendo dificil absorver a informação de que Naomia, mãe de Kenji, era uma shinigami formada na Décima Escola Shinigami. Mas o que mais o incomodava era o fato de sua mãe lhe contar isso, afinal, não havia necessidade de esconder um segredo destes, já que o próprio estuda em uma escola shinigami.

          Kenji estava no quarto de Lili, sentado em um poltrona, na esperança que a irmã acordasse, já que dois dias haviam se passado e nada de Lili abrir os olhos.

          - Ah. - Gemeu Lili.
          - Nee-chan? - Kenji levantou-se.

          Lili finalmente abriu os olhos, e Kenji pareceu ver os olhos castanhos mais intensos do mundo, iguais aos de sua mãe. Por instantes, um alivio caiu sobre os ombros de Kenji que estava contente em ver a irmã acordada, a mesma sorria ao ver o irmão ali, mas logo procurou com os olhos a mãe.

          - Onde está a-
          - Ela teve que sair. - Cortou Kenji.
          - Hum, o que aconteceu? - Perguntou Lili sentando-se calmamente na cama.
          - Você, não se lembra?
          - Se eu estou perguntando é porque eu não lembro né Kenji. - Disse Lili cruzando os braços.

          Um veia soltou do pescoço de Kenji que se controlou para não responder a irmã. A face da mesma agora estava serena, os olhos estavam fixos em suas mãos que estavam em cima do lençol branco.

          - Lili. - Disse Kenji baixo.
          - Eu tive um pesadelo horrivel.
          - Como foi? - Perguntou Kenji indo em direção a Lili e sentando-se na cama.
          - Algo estranho me agarrou e quando eu vi, estava no alto, como se eu tivesse voando. - Disse Lili brincando com os dedos. - Foi algo completamente estr-

          - Lili, minha musume! - Um homem surgiu no quarto, gritando, assustando Kenji e Lili.
          - BAKA! - Gritou Kenji. - Não precisa aparecer desse jeito. - Kenji estava de pé, em frente ao homem.
          - Kenji... - Disse o homem em tom baixo. Estava surpreso em ver Kenji, crescido, com feições diferentes e absurdamente alto.
          - Tsc, esse foi o nome que você colocou em mim. - Disse Kenji de braços cruzados.

          Lili estava com uma sobrancelha erguida sem entender nada. Afinal Yokio, seu pai chegara de uma maneira totalmente sem noção.

          - Otousan?
          - Lili, meu amor! - O homem abraçou Lili quase esmagando o fraco corpo de menina.
          - Hey, ela ainda está machucada, preste atenção seu velho! - Kenji tentava tirar seu pai de cima de Lili que estava quase por desmaiar de tão esmagada que estava sendo.
          - Musume. - Disse o homem choroso.
          - Que escandaloso. - Disse Kenji com cara de poucos amigo.
          - Ha ha, Yoo otousan. - Disse Lili sorrindo e coçando a nuca.

          Os olhos do homem brilharam ao ver o sorriso da filha,  o sorriso que tanto amava ver, seu coração batia mais ainda ao  ver seus dois pulpilos, juntos, apesar de estar em um hospital e Lili ferida.

          - Está tudo bem querida? - Perguntou o homem preocupado, agora sentando descentemente na cama e segurando a mão da menina.
          - Sim otousan. - Respondeu Lili sorrindo.

          Kenji estava de pé, um pouco afastado dos dois. Novamente a lembraça de dois dias atrás veio em sua cabeça, sua mãe com a espada e ela ter dito que era shinigami. Talvez fosse melhor pedir explicações ao seu pai, ou talvez, fosse melhor uma conversa para outra hora, com ambos presentes nela.

          - Kenji. - Chamou Yokio.
          - Ãh? - Kenji olhou para seu pai.
          - COMO PODE DEIXAR SUA IRMÃ SOZINHA?! - Gritou Yukio, assustando Kenji.
          - Como eu pude saber que ela estava sendo atacada?! - Kenji devolveu a pergunta aos berros.
          - Ela é responsabilidade sua quando sua mãe não está em casa!
          - Mas eu estava voltando da escola e ela já havia chegado em casa!
          - Isso não interessa, devia estar cuidando dela!
          - Ela é a mais velha!
          - Mas você é o homem da casa!

          A discussão se seguiu por berros e mais berrou, mas logo foram cortador por Lili, que não aguentava mais ouvir a voz dos dois e a menina só queria um pouco de silência e descanso, já que sua cabeça doía.

          Lili pediu que seu pai e seu irmão se retirassem, assim ambos fizeram. Do lado de fora do quarto onde Lili estava, Kenji sentou-se em uma das cadeiras de espera, com a cabeça baixa, pensando quando aquele pequeno pesadelo ia acabar, detestava hospitais e mais ainda quando alguém que amava muito tivesse nele.

          - Vem, vou pagar um café para você. - Disse Yukio.
          - Não gosto de café. - Respondeu Kenji seco.
          - Tsc, pago um refrigerante então, afinal... - Yukio fez uma breve pausa. - Você quer respostas certo?!

          Kenji levantou a cabeça e olhou para seu pai que sorria. O mesmo estendia a mão,Kenji a segurou para que levanta-se.



          Na cantina do hospital, Kenji e Yukio estavam sentados, um de frente para o outro, Kenji bebia seu refrigerante e Yukio seu café.

          - Bem, vamos começar. - Disse Yukio pronto para responder as perguntas.
          - Hum... Desde quando você sabe disso? - Perguntou Kenji olhando para sua lata de refrigerante.
          - Seja mais expecifico, Kenji.
          - Sobre a mãe ser shinigami. - A voz de Kenji saia cansada. Realmente estava cansado de martelar sua cabeça com as mesmas perguntas e todas sem nenhum vestigio de respostas.
          - Bem. - Yukio riu. - Sua mãe é formada na Décima Escola Shinigami-
          - Eu sei, mas eu quero saber por que não me contaram? Poxa, eu sou um shinigami.
          - Salvar a alma de uma criança de um Raksasa não o faz shinigami Kenji.
          - Mas eu frequento a Terceira Escola Shinigami e-
          - Kenji, eu e a sua mãe guardamos esse segredo para não gerar problemas para você, já basta você ter problemas por ser meu filho, quem dirá se souberem que é filho de Naomi Matsuda.
          - E daí? Briguei com quase todos por causa disso, não seria nada mal quebrar a cara de outros.
          - Não é assim a vida de um shinigami Kenji. - Yukio largou a xicara de café na mesa. - Temos prioridades. As almas de shinigamis são deliciosas para Raksasa, você deveria saber disso.
          - Eu já sei disso. - Disse Kenji com desdem.
          - Enfim, eu e a sua mãe fizemos isso para protege-los, você e Lili.
          - Mas você viu no que deu toda essa proteção? Lili está em uma casa de hospital, ferida. - Kenji já alterava a sua voz, mas logo baixou ao ver sua mãe na porta da cantina.
          - Sua mãe? - Perguntou Yukio ao ver a expressão do filho.
          - Sim. - Disse ele sem interesse.

          Naomi atravessou as demais mesas e foi em direção a Kenji e Yukio. A mesma sentou-se ao lado do filho dando um beijo no topo de sua cabeça e fazendo cara feia para o ex marido.

          - Naomi, como está bela. - Disse Yokio sorrindo.
          - Pena que não posso dizer o mesmo.
          - Guardem a briga para depois, eu quero mais respostas. - Disse Kenji cortando os dois.
          - Respostas do que Kenji? - Perguntou Naomi segurando o braço de Kenji.
          - Chega, cansei dessa brincadeira. - Kenji soltou-se do braço de Naomi e saiu da cantina sem olhar para trás. Yukio e Naomi olharam preocupados para o filho que saiu sem rumo algum.

          Kenji pensou em voltar para o quarto de Lili, mas lembrara que a mais velha queria ficar sozinha, já que estava com dor de cabeça.

          - Mas que droga tudo isso. - Foi a unica coisa que saiu da boca de Kenji após sair do hospital.

          A noite já havia chegado e o céu era iluminado por pequenos pontos brilhantes, o barulho dos carros e do latido dos cachorros pareciam agradar o jovem menino que olhava atentamente para o céu, encarando a brilhante e gigantesca lua.

          - Maldito Raksasa!

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